quinta-feira, 16 de junho de 2011

Para que todos saibam / Para que todos lo sepan

Esta  é a primeira vez que dou um Ctrl V/ Ctrl C nesse blog. E se fiz é porque o texto merece. As histórias abaixo foram retiradas do jornal “El Universal” do dia 14 de junho. São histórias contadas por gente do povo, que teve sua família mutilada pelo crime organizado, e que se juntou em uma caravana pela paz, encabeçada pelo escritor Javier Sicília, que também perdeu seu filho nessa luta desigual.


 "Estas são histórias contadas por vítimas da violência ao longo de  3.400 km de extensão de 12 estados do país, de uma procissão que entrou nas entranhas do narcotráfico, como o Triângulo Dourado, em Durango e Chihuahua; que passou por populações quase impenetráveis, como Mapimí, Bermejillo, Cuencamé y Vicente Guerrero, ou Villa Ahumada, Delicias, Santa Rosalía de Camargo e Jiménez.
Cada uma das histórias é como um arauto negro.”

Coahuila: 
O território “zeta”
María del Carmen Carlos Herrera / Pistoleiros levaram a seu marido 
Quando alguém vai de Torreón a Saltillo pode ver da autopista uma enorme letra "Z" marcada em um dos montes. Benvindos ao território dos Zetas. As caminhonetes brancas com vidros polarizados abundam. Vão em fileiras de seis até dez.
Meu marido se chama Rafael Ibarra Bernal, pastor de uma igreja cristã. Para que vivessemos, vendia chocolates e trazia uma caixinha de dar choques elétricos fora dos bares. No dia 2 de abril (2011) saiu para trabalhar, era sábado e não chegou em casa na hora de costume.  No outro dia saí buscá-lo e em um bar chamado “La Hacienda de Don Modesto”, na cidade de Ramos Arizpe,  me informaram que um grupo armado chamado “Los Zetas” havia levado meu marido, os quais iam em um Jeep branco, sem placas. O levaram a golpes. Desde esse dia até hoje não soube mais nada dele, não sei se está vivo ou se está morto.
Peregrino autoridade atrás de autoridade,  atrás autoridade.  Procuro os vendedores de drogas para ver se eles podem me informar onde ele está. Distribuo cartas para que as levem aos cartéis e me devolvam meu marido, porque sem ele vou morrer. Não recebo respostas, nem das autoridades nem dos cartéis.
Tenho um filho que já está casado, mas ele ficou doente, como toda família. Desde esse dia não levaron só  meu marido, eles acabaram com nós todos. Eu já sofri três infartos. Subiu  o açúcar em mais de 600 e me caíram os dentes. Tenho diabete e meus pés doem, mas tudo isso é físico, quem sabe pode ser curado, mas a alma... a alma, a destroçaram.
Com esta caravana vi que não estoy sola. Sempre me perguntei por quê comigo, por quê  com meu marido. Acreditava que éramos casos isolados, mas agora vejo que não estamos sós.  Ontem (7 de junio) estive com Ramón Oceguera, prefeito de Ramos Arizpe, e ele me disse: "Senhora, não perca seu tempo. Não vamos fazer nada. Não podemos. E não se exponha mais, fique em sua casa tranquila". Não podemos ficar em casa tranquilos até que o encontremos vivo ou morto, porque quando nos entregam nossos mortos temos onde chorar, mas nós andamos chorando de rua em rua, de casa em casa.


Chihuahua: 
"Tudo começou com os feminicídios"
Olga Reyes Salazar  / Seis familiares assassinados
Em minha família foram mortos seis, porque denunciamos os criminosos. Tivemos que fugir de Juárez e nos exiliar. Hoje regresso com a caravana. Penso que tiveram que passar muitos anos e muitas mortes para que fossemos escutados e isso não deveria ser assim.
Quando começaram os assassinatos das mulheres eu não sei por quê permitimos. Havia muitas mães indignadas, dispostas a lutar e lutar e lutar. E não conseguiram o apoio suficiente. Ainda há mães, mesmo em Villas de Salvárcar, que procuram suas filhas que acabaram de desaparecer, há um mês ou dois.
Como comunidade nos faltou nos indignar. Sair a lutar com elas. As deixamos sós. Acreditávamos que não era nosso problema e agora desaparecem e matam a qualquer uma porque não há castigo, porque não há justiça, não só em Juárez, como em todo o país.


“Carrego há 13 anos essa dor”
Evangelina Arce / Sua filha desapareceu na Cidade Juárez 
Eu apóio um grupo de mães que perderam suas filhas. Carrego há 13 anos essa dor. Minha filha desapareceun no centro de Juárez. Denunciei mas ninguém deu importância. Investiguei eu mesma, segui os responsáveis e apresentei ao procurador, fitas com gravações dos culpados e nem assim recebi resposta. 
Minha filha Silvia foi levada pelo  comandante da Procuradoria Geral do Estado, Jorge García Paz. Ele esteve preso cinco anos em Veracruz pelo mesmo delito e hoje anda livre. Os policiais que tinham que investigar me ameaçaram.


Nuevo León:
“As autoridades são cúmplices”
Madre de Andrés / Seu filho vinha dos EUA para visitá-la e não o encontra.
Meu filho está há dez anos trabalhando nos Estados Unidos porque também é cidadão americano. Veio me visitar e viajava de Puebla a Laredo. Vinha com Braulio, seu amigo, porque ele ajudava a dirigir o carro. Me telefonou às nove da noite de 27 de marzo (2011) e me disse: "Mãe, estou chegando a Laredo, estou a duas horas daí". E eu lhe disse: "meu filho, como estás?", e me disse: "uma blitz acaba de me pegar". E lhe disse: "o que aconteceu?"; e me disse: "me tiraram 200 pesos, me pediram que me identificasse e eu me identifiquei com minha carteira americana, e me disseram «o que traz mais?»; “só trago meus documentos, mas são americanos, e já me identifiquei".
Andrés, ele se chama Andrés Ascensión González; Andrés nao quis dar. E me disse: "mãe, a blitz era de militares", e já não quis dizer mai nada. A última coisa que escutei pelo telefone foi o grito de Braulio dizendo: "aí vêm, Andrés, acelera!". Se alguém sabe ou  viu  meu filho, alguém que o tenha, por piedade, por misericórdia, Deus do céu, que o devolvam,  porque sinto que vou  morrer se não o vir mais.
Já fiz uma denúncia em Matamoros, Nuevo Laredo, em Reynosa e em Monterrey. Já fui aos Estados Unidos pedir ajuda, mas me disseram: "senhora, se ele tivesse desaparecido aqui já lhe teríamos ajudado, mas desapareceu no México; vá a Monterrey, para isso tem suas autoridades". E ninguém me ouve, são cúmplices e omissos. Eu peço  ao prefeito, ao governador, a sua mãe se a têm ainda, que nos ajudem. Por piedade...


Estado de México
"Gritamos ao céu e perguntamos: onde está?"
Melchor Flores Landa / Seu filho desapareceu em Monterrey
Cada 24 de dezembro toda a família se reúne. E a meia noite saímos ao pátio, tomamos nossas mãos, olhamos para o céu e gritamos: "Vaqueiro, onde você está? Te amamos!", mas não temos resposta. Meu filho era O Vaqueiro Galático, artista de rua. Se chama Melchor Flores Hernández  e desapareceu em 25 de fevereiro de 2009 em Monterrey. Nunca vou me cansar de procurar por ele, a pesar das autoridades não se importarem.. 


Zacatecas:
“Ninguém procurar os desaparecidos”
Sara Roque Castillo / Mãe procura seu filho policial
Procuro meu filho que está perdido há mais de um ano. Ele era policial e quem desapareceu com ele eran seus companheiros de trabalho; soubemos que às cinco da manhã o arrancaram dali e desde então já não soubemos nada. E ele tem cinco filhos e é muito triste para nós, como família, ver  meus netos que perguntam onde está seu pai e eu não sei onde está, se vive ou não. Ninguém procura por desaparecidos.


San Luis Potosí:
“Aqui há muita corrupção”
Anônimo / Sequestraram su neto e um filho quando saíam de uma festa
É uma dor que não nos deixa dia após dia. Pela impotência de ver que as autoridades  passam a bola de um a outro. E quem sabe se não estão envolvidos. Eu não quero acusar ninguém. Me sequestraram um filho e um neto que saíam de uma festa. Não sei se foi premeditado ou se foi uma vingança, porque meu filho andava trabalhando com Toranzo em sua campanha política. Aqui tem muita corrupção e não nos ajudam.


Michoacán:
Nos domínios de “La Familia”
María Herrera / Lhe arrancaram quatro filhos
Me tiraram quatro filhos, primeiro foram dois e em seguida, outros dois. Já não sei se estam vivos, se comem. No aniversário deles não deixo de chorar. Temo por minha segurança, mas já não me importa, quero que as pessoas saibam que meus filhos existiram. Por isso me uni à caravana, me dão força, porque sinto que vou morrer.
Todas as vezes que fui atrás dos criminosos, não me importa quais sejam, pergunto se sabem alguma coisa dos meus filhos. Quero que minha voz chegue até eles para dizer-lhes que já tiveram tempo de se dar conta que meus filhos são inocentes, boas pessoas. Se esses criminosos têm conflitos con o governo ou entre os bandos, que se danem, mas que não matem gente inocente.


Morelos:
“E me fizeram justiça... que seja assim com todos”
Javier Sicilia / Mataram seu filho
O coração da rota do tráfico de drogas e armas, Delicias, Chihuahua.  Território que dizem ser disputado por El Chapo Guzmán e Vicente Carrillo Leyva. O Cartel de Sinaloa e o de Juárez. Passam das dez da noite. É o quinto dia da caravana. As pessoas seguem reunidas pelas ruas. Se vestem de branco e carregam balões da mesma cor. Cantam uma canção que se torna o hino desta marcha: “Basta de guerra, queremos la paz”.
Javier Sicilia, visivelmente cansado, decide descer do carro para abraçar as pessoas. Aí o menino Jesus o entrevista: “Por que você veio?”. “Para me solidarizar. Mataram meu filho, Juanelo e me fizeram justiça e eu quero que seja assim com todos neste país”.


 Havia outras histórias, mas essas já são suficientes para retratar o sofrimento da gente comum, que sem auxílio, sem apoio, começa a se manifestar pedindo PAZ.


Para que todos lo sepan

Esta es la primera vez que hago control V/control C en ese blog. Lo hice por que sí lo merece.
Las historias abajo fueron retiradas del periódico El Universal del día 14 de junio. Son historias contadas por gente del pueblo que tuvo su familia mutilada por el crimen organizado y que se unió en una caravana por la paz, encabezada por el escritor Javier Sicilia, que también perdió a su hijo en esa lucha desigual.





"Estas son historias contadas por víctimas de la violencia a lo largo de los 3 mil 400 kilómetros del recorrido por 12 estados del país, de una procesión que entró a guaridas del narcotráfico como el Triángulo Dorado, en Durango y Chihuahua. Que pasó por poblaciones casi impenetrables, como Mapimí, Bermejillo, Cuencamé y Vicente Guerrero, o Villa Ahumada, Delicias, Santa Rosalía de Camargo y Jiménez. Cada una de las historias es como un heraldo negro.

Coahuila: 
El territorio “zeta”
María del Carmen Carlos Herrera / Sicarios se llevaron a su marido 
Cuando uno va de Torreón a Saltillo puede ver desde la autopista una enorme letra "Z" marcada en uno de los cerros. Bienvenidos al territorio de Los Zetas. Las camionetas blancas con vidrios polarizados abundan. Van en hileras de seis y hasta 10.
Mi marido se llama Rafael Ibarra Bernal, pastor de una iglesia cristiana. Para que viviéramos vendía chocolates y traía una cajita de choques eléctricos afuera de los bares. El día 2 de abril (2011) salió a trabajar, era sábado y no llegó a casa a la hora acostumbrada. Al otro día salgo a buscarlo y en un bar llamado La Hacienda de Don Modesto, en la ciudad de Ramos Arizpe, se me informó que a mi marido se lo había llevado un grupo armado llamado Los Zetas, los cuales iban en una camioneta Jeep blanca, sin placas. Lo sacaron a golpes. Desde ese día hasta hoy no he sabido nada de él, no sé si está vivo o si está muerto.
Peregrino. Autoridad tras autoridad tras autoridad. Busco a los vendedores de drogas para ver si ellos me pueden informar dónde está. Reparto cartas para que se las lleven a los cárteles y me regresen a mi marido, porque sin él me voy a morir. Y no recibo contestación, ni de la autoridad ni de los cárteles.
Tengo un hijo que ya está casado, pero él enfermó, igual que toda la familia. Desde ese día no se llevaron sólo a mi esposo, nos acabaron a todos. Yo llevo tres infartos con una ventana cardiaca. Me subió el azúcar a más de 600 y se me cayeron los dientes. Tengo diabetes y me duelen los pies, pero todo eso es físico, quizá puede solucionarse, pero el alma... el alma, nos la destrozaron a todos.
Con esta caravana vi que no estoy sola. Siempre me pregunté por qué a mí, por qué a mi esposo. Creía que éramos casos aislados, pero ahora veo que no estamos solos. Ayer (7 de junio) estuve con Ramón Oceguera, presidente de Ramos Arizpe, y me dijo: "Señora, no pierda el tiempo. No vamos a hacer nada. No podemos. Y no se exponga más, quédese en su casa tranquila". No podemos quedarnos en casa tranquilos hasta que lo encontremos vivo o muerto, porque cuando te los entregan muertos tienes dónde llorar, pero nosotros andamos llorando calle por calle, casa por casa.


Chihuahua: 
"Todo inició con los feminicidios"
Olga Reyes Salazar  / Seis familiares asesinados
En mi familia nos han matado a seis porque denunciamos a los criminales. Tuvimos que huir de Juárez y exiliarnos. Hoy regreso con la caravana. Pienso que tuvieron que pasar muchos años y muchas muertes para que fuéramos escuchados y eso no debe de ser.
Cuando comenzaron los asesinatos de las mujeres yo no sé por qué lo permitimos. Había muchas madres indignadas, dispuestas a pelear y pelear y pelear. Y no consiguieron el suficiente apoyo. Todavía hay madres, en mismo Villas de Salvárcar, que buscan a sus hijas que acaban de desaparecer, desde hace un mes o dos.
Como comunidad nos faltó indignarnos. Salir a luchar con ellas. Las dejamos solas. Creímos que no era nuestro problema y ahora desaparecen y matan a cualquiera porque no hay castigo, porque no hay justicia, no sólo en Juárez, en todo el país.


“Llevo 13 años con ese dolor”
Evangelina Arce / Su hija desapareció en Ciudad Juárez 
Yo apoyo a un grupo de madres que han perdido a sus hijas. Llevo 13 años con ese dolor. A mi hija la desaparecieron en el centro de Juárez. Denuncié pero nadie me hizo caso. Investigué yo misma, seguí a los responsables y presenté cintas con grabaciones al procurador de los culpables y ni siquiera así recibí respuesta. 
A mi hija Silvia se la llevó el comandante de la PGR, Jorge García Paz. Hace como cinco años estuvo preso en Veracruz por el mismo delito y hoy anda libre. Los policías que tenían que investigar me amenazaron.


Nuevo León:
“Las autoridades son cómplices”
Madre de Andrés / Su hijo venía de EU a visitarla y no lo encuentra
Mi hijo tiene 10 años trabajando en Estados Unidos porque también es ciudadano americano. Vino a visitarme, viajaba de Puebla a Laredo. Venía con Braulio, su amigo, porque le ayudaba a manejar la camioneta. Me habló a las nueve de la noche del 27 de marzo (2011) y me dijo: "Madre, vengo llegando a Laredo, estoy a dos horas". Y le dije: "mijo, ¿cómo vas?", y me dijo: "me acaba de agarrar un retén, madre". Le dije: "¿qué pasó?"; me dijo: "me quitaron 200 pesos, me pidieron que me identificara y yo me identifiqué con mi licencia americana, y me dijeron «¿qué más traes»; sólo traigo mis papeles, pero son americanos, y ya me identifiqué".
Andrés, él se llama Andrés Ascensión González; Andrés no se los quiso dar. Y me dijo: "madre, el retén era de militares", y ya no quiso decir más. Yo lo último que escuché en el teléfono fue el grito de Braulio diciendo: "¡ahí vienen Andrés, písale!". Si alguien sabe o ha visto a mi hijo, alguien que lo tenga, por piedad, por misericordia, Dios en el cielo, que me lo regresen porque siento que me voy a morir si ya no los veo.
Ya puse una denuncia en Matamoros, Nuevo Laredo, en Reynosa y en Monterrey. Ya fui a Estados Unidos a pedir ayuda, pero me dijeron: "señora, si él hubiera desaparecido aquí ya le hubiéramos ayudado, pero desapareció en México; vaya a Monterrey, por eso tienen a sus autoridades". Y nadie me hace caso, son cómplices y omisas. Yo le pido al presidente, al gobernador, a su madre si la tienen todavía, que nos ayuden. Por piedad...


Estado de México
"Gritamos al cielo y preguntamos: ¿dónde estás?"
Melchor Flores Landa / Su hijo desapareció  en Monterrey
Cada 24 de diciembre toda la familia nos reunimos. Y a las 12 de la noche salimos al patio, nos tomamos de la mano, miramos al cielo y gritamos: "Vaquero, ¿dónde estás? ¡Te queremos!", pero no tenemos respuesta. Mi hijo era El Vaquero Galáctico, artista callejero. Se llama Melchor Flores Hernández y desapareció el 25 de febrero del 2009 en Monterrey. Nunca me voy a cansar de buscar a mi hijo, pese a que las autoridades no nos hacen caso. 


Zacatecas:
“Nadie busca a los desaparecidos”
Sara Roque Castillo / Madre busca a su hijo policía
Busco a mi hijo que está perdido desde hace más de un año. Él era policía y lo desaparecieron los mismos de su trabajo; supimos que como a las cinco de la mañana lo sacaron los mismos de ahí y desde entonces ya no sabemos nada. Y él tiene cinco hijos y es muy triste para nosotros como familia ver a mis nietos que preguntan dónde está su papá, y yo tampoco sé dónde está, si vive o no. Nadie busca a los desaparecidos.


San Luis Potosí:
“Aquí hay mucha corrupción”
Anónimo / Le secuestraron a un nieto y a un hijo al salir de una fiesta
Es un dolor que no nos deja día tras día. Por la impotencia de ver que las autoridades se pasan la bolita unos a otros. Y a lo mejor hasta están involucradas. Yo no quiero acusar a nadie. A mí me secuestraron a un hijo y un nieto que saliendo de una fiesta se los llevaron. No sé si fue premeditado o fue una venganza, porque mi hijo andaba trabajando con Toranzo en su campaña. Aquí hay mucha corrupción y no nos ayudan.


Michoacán:
En los dominios de “La Familia”
María Herrera / Le desaparecieron a cuatro hijos
A mí me desaparecieron cuatro hijos, primero fueron dos y luego otros dos. Ya no sé si están vivos, si comen. En sus cumpleaños no dejo de llorar. Tengo miedo por mi seguridad, pero ya no me importa, quiero que la gente sepa que mis hijos sí existieron. Por eso me uní a la caravana, me inyectan fuerza porque siento que me voy a morir.
Todas las veces que he subido a los templetes le he pedido a los criminales, no me importa de qué grupo sean, que si saben algo de mis hijos me lo digan. Quiero que mi voz llegue a ellos para decirles que ya tuvieron tiempo de darse cuenta que mis hijos son inocentes, buenas personas. Si estos criminales tienen conflictos con el gobierno o entre bandas, que se den en la madre ellos, pero que no maten gente inocente.


Morelos:
“Y me hicieron justicia... que así pase con todos”
Javier Sicilia / Le mataron a su hijo
El corazón de la ruta del tráfico de drogas y armas, Delicias, Chihuahua.  Territorio que dicen se disputan El Chapo Guzmán y Vicente Carrillo Leyva. El Cártel de Sinaloa y el de Juárez. Pasan de las 10 de la noche. Es el quinto día de la caravana. La gente sigue reunida en las calles. Viste de blanco y porta globos del mismo color. Cantan una canción que se hizo himno en esta marcha: “Basta ya de guerra, queremos ya la paz”.
Javier Sicilia, visiblemente cansado, decide bajarse de la camioneta para abrazar a la gente. Ahí el niño Jesús lo entrevista: “¿Usted por qué está aquí, por qué vino?”. “Para solidarizarme. A mí me mataron a mi hijo. A Juanelo. Y me hicieron justicia. Y yo quiero que así pase con todos en este país”.

 Había otras historias, pero esas ya son suficientes para retratar el sufrimiento de la gente común, que sin auxilio, sin apoyo, comienza a manifestarse pidiendo por PAZ.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário.