sábado, 26 de novembro de 2011

Seca / Sequía

Falta água. Sobra terra.
Do alto do morro vejo a represa da cidade que vai minguando.
Mingua a água, que mingua a vida, que mingua o poço, que escasseia o cano, que já não chega à casa de Maria, que já não cozinha nem lava as mãos.
O menino de cara suja tem os pés no chão e quando corre levanta a poeira, que já não baixa.
Não há chuva, morre o gado e a lavoura acaba, definha, seca.
O milho já não dá pra tortilha e o Governo intervém. Subsidia o preço, que sobe no mercado, na quitanda, na venda de tacos.
O menino corre e pede: "um taco, por favor!"
Ele também tem sede. De água, de cuidado, de esperança.

Sequía


Falta agua. Sobra tierra.
Del alto del cerro veo la presa de la ciudad que se va menguando.
Mengua el agua, que mengua la vida, que mengua el pozo, que escasea la tubería, que ya no llega a la casa de María, que ya no cocina ni lava las manos.
El niño de cara sucia tiene los pies descalzos y cuando corre levanta el polvo, que ya no baja más.
No hay lluvia, muere el ganado y la agricultura se acaba, se desintegra, seca.
El maíz ya no alcanza para la tortilla y el Gobierno interviene. Subsidia el precio que sube en el mercado, en  la tienda de abarrotes, en la venda de tacos.
El niño corre y pide: "un taco, por favor!"
Él también tiene sed. De agua, de cuidados, de esperanza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário.